Se você já presta concursos há muito tempo, já percebeu que está ficando cada vez mais concorrido e difícil conseguir uma vaga em um órgão público.

Isso se deve não só ao fato de que o desemprego assola a esfera privada como também que cada vez a difusão de informações relevantes e de qualidade atinge mais e mais pessoas.

Há 20 anos, nós tínhamos uma quantidade muito inferior de dados circulando na nossa cara todos os dias. Hoje é possível encontrar qualquer assunto de qualquer tema ao alcance dos nossos dedos. Então o acesso à informação ajuda a subir consideravelmente o nível dos concursos pelo país. Exatamente por isso os estudantes que almejam um cargo público não só devem estudar, como devem estudar com alta qualidade.

Foi-se o tempo em que o estudante amador conseguia sucesso em certames. Hoje em dia vejo cada vez mais estudantes dedicados a uma única meta em suas vidas: ser aprovado em um concurso público. Costumo chamar de profissionalização do concurseiro. E esse artigo vai te mostrar as melhores e mais eficientes técnicas de estudo.

Antes de entrarmos nas técnicas propriamente ditas que vão te ajudar a aumentar muito a eficiência dos seus estudos, vamos entender alguns conceitos.

O que é estudar?

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Ouvimos ou lemos essa palavra com muita frequência durante a jornada de preparação de concursos públicos, mas você já parou para se perguntar o que significa estudar?

Na prática e de forma geral, estudar é o esforço que um indivíduo faz para aprender algo. Exatamente por isso o estudo é tão importante para responder certo as questões de provas.

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Todo aprendizado é formado por absorção de conteúdo em forma cíclica. Essas novas informações são adquiridas através de experiências, emoções, estudo ou observação e criam ou modificam competências, habilidades, comportamentos ou conhecimentos.

É como encher de biscoito um pote de vidro inicialmente vazio. A cada dia de estudo você coloca um biscoito (informação) no seu pote (memória). Tem dias em que você coloca mais de um, mas tem dias que não coloca nenhum biscoito nesse pote.

Assim é a evolução na absorção e acúmulo de conteúdo na sua mente. E isso serve para toda e qualquer informação.

Depois que esse dado é transferido para a memória de longo prazo, você nunca mais vai esquecer. Já ouviu falar que quem sabe andar de bicicleta jamais esquece? Isso ocorre porque você aprendeu o conjunto de informações necessárias para tirar a bike do lugar e isso nunca mais vai se apagar.

1 – Revisões Periódicas

Prepare-se para o que você vai ler: Você esquece cerca de até 90% do que estudou no dia anterior.

Mas isso é uma média. Depende de uma série de fatores, da complexidade da disciplina e da sua familiaridade com ela. Se você está tendo contato pela primeira vez com um assunto, você esquece muito mais do que estudou do que se você estivesse vendo um assunto trivial.

Mas eu posso garantir que pelo menos 50% do que você estudou no dia anterior vai embora junto com o sono.

Só não se engane. Dormir é fundamental para o aprendizado e a curva de esquecimento é natural.

Diante disso, pelo menos para mim, fazer revisões periódicas é a técnica mais importante nos estudos.

Quando você costuma rever anotações, resumos, grifos, flash cards ou mapas mentais, você acaba enganando a curva de esquecimento.

Para que essa técnica surta efeito, você precisa fazer pelo menos 3 revisões, que apelidei de 1/7/30. (lembrando que é revisão mesmo. Não deve durar mais que 5 minutos para cada hora estudada):

  • 1ª revisão é a de 24 horas. É a revisão mais importante dos seus estudos. O ato de ter novo contato com a matéria estudada no dia anterior faz com que sua absorção suba até 50%.
  • 2ª revisão é de 7 dias: Passada 1 semana, é preciso ter novo contato com a disciplina para fixar ainda melhor na memória.
  • 3ª revisão é a de 30 dias: Depois de um mês, você deve fazer a última revisão periódica. Essa é a revisão que vai consolidar seu estudo na sua memória de longo prazo.

 2 – Técnica do Pomodoro

Muito difundida no meio de quem estuda para qualquer tipo de avaliação como concursos, ENEM, vestibulares ou OAB, essa técnica é simples e fantástica.

Criada nos anos 80 pelo italiano Francesco Cirillo, essa ferramenta de gerenciamento de tempo pode ser estendida a qualquer atividade, até no seu trabalho.

Para execução dessa técnica, você precisa ter um cronômetro e um pedaço de papel. Reserve um tempo para estudo de uma determinada disciplina e não faça outra coisa até o cronômetro despertar. Esse tempo precisa ficar entre 25 e 45 minutos. Após, faça uma pausa de até 10 minutos e retorne ao estudo. Faça esse ciclo 4 vezes e,então faça uma pausa maior.

É importante deixar o papel do lado para anotar toda e qualquer distração que venha à sua cabeça para tirar seu foco no momento do estudo. Lembrou de pagar uma conta? De transferir um dinheiro? De fazer uma compra? De ligar para alguém? Anote tudo e somente ao final tome providências quanto isso.

3 – Cartões de Memorização e Mapas Mentais

Apesar de serem duas técnicas diferentes, vou juntá-las porque acho que o conceito é único: são ferramentas de revisões práticas e poderosas.

Cartões de memória são onde o aluno inclui perguntas sobre o tema estudado. Cada cartão deve conter uma pergunta e o estudante junta todas em uma pilha que vamos chamar de “Pilha A”. Cada cartão retirado deve ser respondido, se acertar a resposta, esse cartão vai para uma nova pilha (Pilha B) e se errar vai para uma terceira pilha a “Pilha C”.

Acabados os cartões, vá para pilhas das repostas erradas (Pilha C) e caso erre de novo, mantenha no final dessa mesma pilha, mas se acertar, mova para a pilha dos acertos (Pilha B).

Repita o processo até acabarem os cartões. Dessa forma você estudará o pilha de erros com muita frequência.

Já os mapas mentais são folhas em branco e deitadas (posição paisagem) onde você desenhará os desdobramentos dos assuntos em formas de ramificações, desenhos e palavras-chave. O mapa deve ser iniciado pelo centro da folha e você deve abusar das cores. Com isso, a organização visual facilita muito o aprendizado.

Esse sistema criado por Tony Buzan, ao meu ver, é a melhor forma de revisões que um estudante de concursos pode ter. Com o tempo, as revisões de cada mapa não dura mais que 5 segundos e isso eleva muito a efetividade do método.

4 – Estudo Intercalado

A organização horária do estudo é dividida basicamente em dois grandes grupos. Há os que preferem o quadro-horário em que o aluno mapeia a semana e programa os períodos de estudo. Outros alunos preferem o ciclo de estudo, em que há uma sequência de disciplinas e as respectivas quantidades de tempo destinadas a cada uma. Independente do método, alternar as disciplinas é sempre uma ótima maneira de melhorar nos estudos.

Pensa assim: na sua prova, você será obrigado a mudar constantemente “a chave” das disciplinas na sua cabeça, então concorda que treinar essas mudanças é bem útil?

O ideal é alternar entre matérias de humanas e extas, além de alternar disciplinas fáceis e difíceis, seguindo sua opinião. No linguajar concurseiro, é importante alternar entre direito e matemática.
Um bom exemplo de Estudo Intercalado é assim:

Estabelecer metas, que podem ser diárias ou semanais, ajuda a manter o foco e o ritmo. Você pode decidir, por exemplo, completar um ciclo a cada 3 dias de estudo.

5 – Resolução de Exercícios

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Não vou me aprofundar muito nesse assunto porque você já deve saber que a resolução de muitos exercícios é indispensável à aprovação.

Uma prova de concurso público é feita de exercícios, então você precisa resolver muitos para conseguir captar as nuances da banca.

Primeiramente, busque exercícios de provas anteriores para o mesmo órgão, banca e cargo que vai prestar.

Depois parta para as demais questões da banca. Esgotados todos esse exercícios, resolva outras centenas de questões de outras bancas, mas para o mesmo nível escolar.

Uma boa ideia é anotar os assuntos das questões que errou. Tem estudantes que fazem o “caderno de erros” que nada mais é que anotar, à mão mesmo, todos os erros que cometeu durante a resolução dos exercícios. Depois é só estudar muito esse compilado de informações que precisam entrar na sua cabeça.

Resolver uma grande quantidade de questões é tão importante que quando vem um estudante perdido nos estudos e com pouco tempo até a prova, eu sempre recomendo ir direto resolver questões. 

6 – Simulados

Sem dúvidas é uma estratégia excelente e que passa despercebida por muita gente. O treino é imprescindível para uma preparação sólida para enfrentar uma prova de concurso.

Se você observar qualquer caso de sucesso, perceberá que o fator comum em todos eles é muito treino.

Quantas vezes você acha que Usain Bolt correu 100 metros até ganhar a primeira medalha olímpica? E o Michael Phelps? Você acha que ele caiu na piscina pela terceira ou quarta vez em uma olimpíada? Ou você acha que ele treinou milhares de vezes até chegar lá?

Esses caras treinaram exaustivamente durante anos até atingirem a perfeição. De fato, não é exigido de nenhum estudante os resultados desses fenômenos, mas você precisa admitir que o treino é fundamental para qualquer sucesso.

A ideia do simulado é representar o ambiente real de uma prova. É bem comum realizar provas em colégios públicos com carteiras em péssimo estado de conservação, sem ventilação e sem iluminação adequada.

Para realizar um bom simulado, separe questões (caçando pela internet, em banco de questões ou adquirindo simulados montados) na mesma quantidade da sua prova e de preferência da mesma banca do seu concurso e as imprima junto com uma folha representando o cartão-resposta (sim! Você precisa treinar pintar pequenos círculos também).

Reserve o tempo previsto em edital e tenha certeza de que não será interrompido durante a execução do simulado. Se isole em um quarto e faça exatamente o que fará no dia da prova.

Responda às questões administrando o tempo. Nessas situações, você se vê obrigado a ficar horas sentado, beber pouca água, comer pouco (ou nada) além de lidar com ansiedade inerente a qualquer prova.

Repita isso ao menos 1 vez por semana e você verá a mágica acontecer no dia da prova.

7 – Atitude de Mestre

Durante seus estudos, uma excelente maneira de fixarconteúdo teórico na mente é dar aulas a si próprio.

Para isso você pode ficar em frente a um espelho ou não, faça no lugar que está mesmo. O importante é reproduzir a aula em voz alta.

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Dê o seu toque pessoal às explicações. Adicione metáforas, associações, ditados e suas próprias palavras no entendimento da matéria.

Não se preocupe se tem alguém observando, se você está em um local público e pode ser taxado de “louco que fala sozinho”. Em pouco tempo você será um louco com um belo emprego para o resto da vida.

Eu mesmo já cansei de dar aulas para os meus gatos, que, confesso, costumam ficar entediados e até dormem no meio da explicação. Ahhhh, tem os frascos de xampu também. Eles adoram minhas explicações enquanto tomo banho.

Quem ensina acaba aprendendo de novo. Essa é a fantástica ideia da autoexplicação.

8 – Mnemônicos

Essa técnica é uma das mais simples, mas é bem efetiva e consiste basicamente em fazer associação de um conjunto de informações a uma sigla ou palavra.

Na sua primeira aula de Direito Constitucional, você deve aprender o LIMPE. Eu vou reescrever o artigo 37, caput, da CF/88:

“Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:”

Percebeu alguma associação? A palavra LIMPE é formada pelas iniciais dos princípios administrativos onde L é da Legalidade, I deImpessoalidade, M de Moralidade, P de Publicidade e E de Eficiência.

Outro exemplo clássico SOCIDIVAPLU. A princípio é uma palavra que não faz o menor sentido, não é mesmo? Mas repare no primeiro artigo da Constituição Federal:

“Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I – a soberania;
II – a cidadania
III – a dignidade da pessoa humana;
IV – os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa;
V – o pluralismo político.”

E agora? Fez sentido? SOCIDIVAPLU formada pelas primeiras sílabas dos fundamentos presentes no primeiro artigo na nossa Constituição.

Em todas as disciplinas, você vai encontrar mnemônicos muito bem humorados, mas você deve usar sua criatividade para criar os seus próprios. Arrisque. Abuse da imaginação. O importante é saber o conteúdo que é cobrado na sua prova.

Apresentadas as melhores técnicas de estudo para concursos públicos, eu quero encorajá-lo a usar mais de uma técnica. Você percebeu que uma tática não necessariamente exclui a outra. Então você deve testá-las e perceber qual é a melhor para seu caso.

No meu caso, por exemplo, eu não me dou bem com “quadro-horário”. O fato de eu precisar estudar com horários rígidos já gera ansiedade. Se eu preciso abrir o livro às 19h e passaram 5 minutos, eu já piro. Então eu me adapto melhor ao ciclo de estudo porque se tenho a meta de estudar 2 horas daquela disciplina, não importa a hora que comece, mas eu preciso cumprir. Se eu enrolar para começar, azar o meu porque vou acabar mais tarde.

O importante é você compreender e testar. Só assim você vai se conhecer e terá certeza do que funciona e do que não funciona para você.

Espero ter ajudado seus dias de estudo. Me envie um e-mail para conversarmos sobre estudos e me conte como está seu planejamento. Escreva para contato@lecionare.com.br.

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Um abraço, bons estudos e boa sorte.

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